CCMUSA – Câmara de Comércio Moçambique USA

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Foto família dos membros da CCMUSA

CCMUSA reune seus associados em Assembleia Geral na Cidade de Maputo

A Câmara de Comércio Moçambique- Estados Unidos da América (CCMUSA) realizou esta quarta-feira (28/02/2024) a Assembleia Geral Extraordinária com o objectivo de apresentar e debater o balanço das actividades e sobre as diversas acções inerentes ao desenvolvimento da CCMUSA e das oportunidades de negócios entre os seus associados. Na ocasião, o Presidente do Conselho Directivo da CCMUSA, Evaristo Madime instou os membros a continuarem envolvidos e comprometidos com o crescimento da câmara por forma a salvaguardar os interesses do empresariado e a atrair investimentos que promovam o crescimento económico e o bem-estar social, criando postos de trabalho. O evento contou com a presença de mais de duas dezenas de associados e teve lugar no auditório do BCI em Maputo. De referir que a CCMUSA é a mais antiga câmara de comércio bilateral em Moçambique com mais de 30 anos de existência.

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Moçambique e França definem sectores estratégicos para investimentos

O governo francês organizou, de 24 a 25 de Abril, o Fórum de Negócios Moçambique-França, com o apoio da Câmara de Comércio e Indústria França-Moçambique (CCIFM) e da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA). ARMÉNIO MUCACHE (texto) O evento teve início no dia 24 de Abril com uma sessão plenária de apresentação do ambiente de negócios e os sectores-chave em Moçambique. Depois, durante um dia e meio, reuniões de negócios multi-sectoriais (Business Matchmaking/Dating) deram origem a reuniões BtoB e Bto Gov entre as cerca de quarenta empresas da delegação francesa e as empresas e entidades públicas moçambicanas. Tratou-se de um evento concebido para satisfazer as fortes expectativas das empresas francesas e cerca de 120 empresários estiveram presentes, dos quais 50 franceses e 70 moçambicanos, ultrapassando, assim, o limite de inscrições que era de 40. Agostinho Vuma, presidente da CTA, classificou positivamente a adesão desse número de empresários no fórum. “O nível de adesão a este fórum mostra, por um lado, o nível de importância que o sector empresarial dá às relações com a França, o mesmo se observando do lado francês para com Moçambique, e apraz-nos o facto de ter neste leque de investidores franceses aqui presentes o sector da banca, que esperamos que venha enriquecer o leque de oferta para o acesso aos investimentos do lado das nossas PME”, referiu Vuma. Importa lembrar que em Novembro de 2020, em plena fase da pandemia da COVID – 19, os sectores empresariais de Moçambique e da França estiveram reunidos virtualmente no Fórum de Negócios e Investimentos Bilaterais, com a participação de mais de 300 empresários de ambos os países. Era um dos primeiros passos pós-pandémicos que a CTA se propôs lançar no sentido de abrir as portas e de impulsionar as relações comerciais bilaterais. Actualmente, segundo Vuma, “estamos numa situação em que as contas indicam que, nos últimos anos, as exportações de Moçambique para França ascendem a pouco mais de 30 milhões de dólares por ano, e as importações situam-se em torno dos 73 milhões de dólares”. É preciso reduzir as preocupações dos investidores Este fórum de negócios Moçambique-França, acontece numa altura em que se trabalha no acompanhamento dos resultados da recente missão realizada com a Total Energies para a França, com as organizações AIMO e ACIS. O presidente da CTA destacou também algumas preocupações por parte dos investidores, tais como: a rápida aprovação da Lei de Investidores Privados para reduzir a incerteza do futuro dos novos investimentos e as regras impostas na entrada e saída de capitais, através da Lei Cambial. “É preciso que o novo regulamento cambial torne estes fluxos mais flexíveis e de modo a facilitar os negócios com os nossos parceiros”, salientou. Para Gil Bires, director geral da Agência para Promoção de Investimentos e Exportações (APIEX), a França é um parceiro privilegiado em Moçambique devido ao seu potencial e capacidade competitiva em termos de capital, tecnologia e parceria. “Nos últimos 5 anos, a balança comercial de Moçambique e França registou um crescimento de 26.7”, referiu Bires. Em relação às preocupações levantadas pelos investidores, Bires assegura que nas primeiras semanas de Abril fez-se a revisão da Lei de Investimentos, da Lei do Trabalho, do novo Código Comercial, nova Pauta Aduaneira e outros instrumentos que vão facilitar a actividade comercial entre Moçambique e os países investidores. O Governo moçambicano definiu a agricultura, a energia, as infraestruturas, os recursos minerais e a indústria de turismo e hotelaria como sectores estratégicos para os investimentos estrangeiros. O director geral da Agência para Promoção de Investimentos e Exportações aproveitou a oportunidade para formular o convite ao sector privado, para e a França, a participar da FACIM-2023 a ter lugar a partir de 28 de Agosto.  

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Ministros do Comércio africanos pedem renovação da AGOA aos EUA

No âmbito do US-Africa Business Summit 2023, os ministros do Comércio africanos pediram aos Estados Unidos da América que o acordo comercial da AGOA (Lei de Crescimento e Oportunidades para a África), que abriu o mercado norte-americano aos produtos africanos, seja reformulado e que se amplie novamente a sua data este ano, para não esperar até à sua expiração marcada para 2025. O pedido foi apresentado durante a realização da Cimeira de Negócios entre os países da África Austral e os Estados Unidos da América (US-Africa Business Summit) sob o lema “Reforçar o valor de África nas cadeias de valor globais”, que teve lugar em Gaberone, no Botswana. AGOA (African Growth and Opportunity Act – Lei de Crescimento e Oportunidades para a África) concede a isenção de direitos aduaneiros a mercadorias de países designados da África Subsaariana. O programa data do ano 2000 e tem como objectivo promover o crescimento económico através da boa governação e dos mercados livres. O mecanismo de apoio abrange bens não têxteis e têxteis, e, em 2015, foi reautorizado até 30 de Setembro de 2025. Contudo, agora os líderes da África Austral pedem que a lei seja novamente estendida. A renovação imediata da AGOA removeria a incerteza sobre o futuro do pacto e iria permitir que fornecedores e parceiros planeassem e mantivessem melhor os investimentos nas economias africanas, disseram os ministros durante a Cúpula Empresarial EUA-África no Botswana. “Estamos a falar com a mesma voz que a Agoa deve ser estendida”, disse o ministro do Comércio de Botswana, Mmusi Kgafela, num painel de cúpula. Kgafela disse que ele e outros ministros africanos querem “um período indefinido” para o acto. Deste modo, eliminar-se-ia a incerteza em torno do actual ciclo de renovação de 10 anos. Reautorizar o AGOA agora Num novo documento sobre o pedido de renovação do Agoa, Daniel F. Runde e Thomas Bryja escreveram para o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), com sede em Washington DC, que “há um caso convincente para reautorizar o AGOA agora”. Frannie Léautier, membro do Atlantic Council, que lançou um relatório do AGOA recentemente, disse que o acto “deve ser renovado pelo Congresso dos EUA por pelo menos um período de dez anos, o mais rápido possível”. Houve também um apelo dos ministros para que as regras do AGOA fossem simplificadas e tornadas menos pesadas para que mais países pudessem beneficiar mais do programa. A incerteza em torno do futuro da AGOA tem um impacto no mundo real das decisões tomadas por empresas e economias que tentam tirar proveito de suas condições preferenciais para entrar na maior economia do mundo. O CASO DA ÁFRICA DO SUL A participação de África na fabricação têxtil global dobrou sob o AGOA, mas os produtores planeiam com dois anos de antecedência e podem transferir a produção para o sudeste Asiático se o futuro do tratado estiver em dúvida, apontam Runde e Bryja do CSIS. O partido da oposição sul-africano, Aliança Democrática (AD), fez manchetes ao dizer que “iniciou um processo de lobby” para a inclusão contínua do país na AGOA, numa tentativa de salvar a economia em dificuldades do país. A AD alega que a posição não alinhada do governo liderado pelo ANC sobre a guerra Rússia-Ucrânia pode levar ao colapso do sector da fabricação de automóveis na África do Sul se os EUA o excluir da AGOA como punição. Sendo a economia mais avançada de África, a África do Sul tem sido o maior beneficiário da AGOA durante os 23 anos em termos monetários, em grande parte graças ao sector automóvel. A imprensa sul-africana também informou que Ramaphosa enviou membros seniores do seu gabinete a Washington para discutir o futuro da AGOA. Até o Botswana vai ficar sob pressão, porque trabalha em estreita colaboração com a África do Sul ao abrigo da lei AGOA, para fornecer componentes para os automóveis dos EUA. “O seu sucesso é o nosso sucesso”, disse o ministro do Comércio do Botswana, Kgafela. Depois de tudo dito e feito, a decisão final sobre a renovação do AGOA caberá ao Congresso dos EUA. Por um lado, as questões africanas são uma das poucas áreas temáticas em que há quase sempre apoio bipartidário. Por outro, as questões africanas muitas vezes não são uma prioridade, o que pode significar que se chegue até Setembro de 2025 à espera de uma renovação. A POSIÇÃO DA ZÂMBIA O ministro do Comércio da Zâmbia, Chipoka Mulenga, referiu que o seu país beneficiou do acordo comercial, mas permaneceu “no fundo dos benefícios da plataforma AGOA” devido à falta da industrialização necessária para produzir mais “produtos de valor acrescentado” em vez de apenas exportar matérias-primas, como minerais ou produtos agrícolas. “Se eles, o governo dos EUA, querem ver o AGOA ter sucesso em África, eles devem apoiar os países africanos a industrializarem-se para dar valor agregado.” Mokhethi Shilele, ministro do Comércio do Lesoto, advertiu contra uma reformulação completa da AGOA por medo de atrasar a renovação do acto. “Há um sentimento de que a AGOA deve ser reformada ou alterada, mas sou indiferente a isso, porque se pressionarmos, como vamos renová-la este ano?”.

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Eles gostam de vestir Moçambique

Não se pode falar de moda em Moçambique sem se mencionar o nome de Vasco Rocha e a marca Mozambique Fashion Week, ou MFW para os mais familiarizados. O MFW é um dos maiores eventos da indústria da moda. Existe há 18 anos e foi criado pelo empresário, no âmbito das actividades da agência DDB Moçambique. Vasco é o seu director executivo e um empreendedor de gema, que há muito aposta na organização dos grandes eventos. Na entrevista que se segue, ele fala à MozbUSiness sobre a MFW e sobre o impacto que a moda produz na economia.  Celita Matsena (texto). DDB (fotos)    Qual é o objectivo do MFW? O nosso maior objectivo é descobrir novos valores, promover a indústria, criar pontes para a formação e exportação de valor, colocar a moda como um elemento forte de transformação na nossa sociedade, potenciar as indústrias criativas e dinamizar a criação de emprego jovem e novas oportunidades. Paralelamente, mostra um Moçambique brilhante e criativo com uma indústria de elevado valor que merece ser conhecida e admirada no mundo.  Para a materialização do MFW existiram desafios? Se sim, quais? Os desafios para a materialização do MFW foram vários e diferentes, mais ou menos complicados, dependendo do ambiente em cada um deles, da altura e fase, que o MFW foi passando ao longo do tempo. O primeiro desafio que tivemos foi a materialização do primeiro evento, que foi colocado como parte de um plano de eventos maior e que se realizou durante o Verão numa das províncias de Moçambique — Inhambane. Nesta altura, não tínhamos quaisquer expectativas em relação aos resultados do mesmo e acabou por ser um ‘balão de ensaio’ para futura análise daquilo que poderia, ou não, ser feito no futuro. Por outro lado, na época ainda não havia estilistas ou designers de moda, mas sim alfaiates e costureiras. Profissionais que também não estavam muito habituados a este tipo de eventos. O segundo momento foi tornar o MFW uma referência nacional e internacional. De um mercado inexistente, desenvolver um market place foi o maior desafio, embora já numa fase bastante diferente e muito mais madura do que quando estávamos na fase inicial. Hoje, os moçambicanos já valorizam, e muito, aquilo que é desenhado e produzido criativamente em Moçambique. Gostam de vestir Moçambique. A melhoria da capacidade criativa, o aumento da qualidade e acima de tudo o orgulho de usar a bandeira em cores e padrões que vestem esse mesmo orgulho.  Como é que foram ultrapassados estes desafios? Primeiro, o projecto passou por criar uma estrutura inicial de três elementos, para um evento que iria decorrer em três dias. Esses elementos eram os Young designers, Estabelecidos e Pan Africanos. Por outro lado, iniciamos processos de passagem de conhecimento e formação apoiando o desenvolvimento de workshops anuais, onde trouxemos profissionais de fora para poderem ensinar e aperfeiçoar os estilistas que estavam a iniciar a carreira, pontes de trabalho com a Federação de Moda Italiana, que anualmente permitem aos estilistas moçambicanos aprender e apresentar as suas colecções. O mesmo para os modelos, para a produção do evento, para a fotografia, e por aí fora. Era um dos passos mais importantes para que o evento pudesse ter sucesso e, principalmente, trazer sucesso aos seus intervenientes.  Além de todos estes processos, para que o MFW pudesse ir evoluindo e criando oportunidades para os diversos intervenientes, teve de se olhar para outro factor importante: o factor financeiro. Para os parceiros e marcas. O evento tem o nome de Moçambique e mostra muito do poder criativo do país, impulsiona a indústria criativa e fomenta o conteúdo local e a oportunidade real de desenvolvimento. Antes, era difícil olhar para a moda como um elemento de transformação. Ninguém acreditava, mas hoje é uma referência importante na cultura nacional. Hoje falamos de sustentabilidade, diversidade, inclusão e muitos mais adjectivos e o MFW desde sempre teve isso em consideração na sua plataforma porque sempre tivemos presente o factor de mudança e desenvolvimento. O evento foi premiado, várias vezes, pelas suas campanhas de sensibilização a nível internacional, desde o cancro da mama até à violência doméstica. O MFW, felizmente, é mais do que um evento de moda. Independentemente da opinião de cada um, é um evento que transformou e revolucionou formas de ser e de estar. Quais eram as expectativas na época da “implantação” deste tipo de certame? As expectativas eram baixas. Entretanto, o mercado mostrou-nos que havia espaço, necessidade e uma vontade enorme de ter eventos deste género. Logo de início, e em relação ao número de espectadores, as expectativas foram largamente extravasadas, mas também ressaltou de imediato a necessidade de se criar o mercado da moda ou, pelo menos, um local onde a criatividade e o engenho moçambicano pudessem ter uma montra. MFW EM CRESCIMENTO Que acções estão a ser tomadas para ultrapassar a limitação aliada à formação? Como referi, temos vindo a diminuí-la com a introdução de workshops anuais e do envio de vários designers moçambicanos para outros países para que possam estagiar, nomeadamente para a Itália e a África do Sul, fruto de acordos firmados e de uma relação estabelecida com a Federação de Moda Italiana e do South Africa Fashion Week, no entanto é manifestamente pouco para aquilo que são as necessidades presentes. E quando falo de formação, falo de formação não só para os designers ou estilistas, mas também para os modelos e outros actores desta indústria. Tenho a consciência que é um processo em curso, que há necessidade do Governo olhar para esta indústria como um todo e para a criação da sua cadeia de valor. Mas, também tenho a noção que o mesmo Governo tem muitas prioridades e que, portanto, estaremos certamente no “to do list” e que há coisas que se podem efectivar em paralelo, por isso, estamos a trabalhar nesse sentido.   Fazendo uma análise comparativa dos primeiros anos do MFW e dos dias actuais, o que se pode dizer quanto à adesão das pessoas a este tipo de iniciativa? A adesão tem sido extremamente

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Reino Unido e Suécia investem 189 milhões de meticais em energias renováveis

Os governos do Reino Unido e da Suécia assinaram um acordo para investir 2,4 milhões de libras (equivalente a 189,1 milhões de meticais) no programa de energias renováveis em Moçambique designado “Brilho”. O programa, que teve início em 2019, tem como objectivo expandir a rede eléctrica a 1,9 milhões de pessoas até 2024.   Durante a assinatura do acordo, o Governo britânico, representado pelo ministro de Estado para o Desenvolvimento Internacional e África do Reino Unido, Andrew Mitchell, destacou o enorme potencial do país, a sua localização geográfica estratégica, a abundância de recursos naturais e uma população jovem e dinâmica. Mitchell ressaltou a importância de mobilizar investimentos e garantir que as infraestruturas sejam capazes de resistir às mudanças climáticas, enfatizando a necessidade de parcerias e colaboração entre os sectores público e privado. Em Moçambique, o programa “Brilho”, que une os esforços dos governos do Reino Unido e da Suécia, já beneficiou 1,3 milhões de pessoas com o acesso à energia eléctrica e térmica desde 2019.   Programa Brilho O Brilho é um programa de cinco anos, 2019-2024, que irá catalisar o mercado de energia fora da rede de Moçambique, a fim de fornecer soluções energéticas limpas acessíveis para a população fora da rede do país. O objectivo geral da Brilho é melhorar a vida das pessoas de baixo rendimento através da poupança, bem-estar e oportunidades de subsistência. O Brilho oferece às empresas seleccionadas uma combinação única de financiamento estruturado não reembolsável e suporte especializado, para iniciativas comerciais de risco, visando atingir retornos comerciais competitivos, fornecendo soluções de energia fora da rede para mercados de baixo rendimento. Além disso, apoia o desenvolvimento do ecossistema do sector, melhorando o acesso à informação, estimulando a procura, estabelecendo referências de qualidade e apoiando o desenvolvimento de um quadro regulatório mais favorável. Áreas de intervenção A BRILHO adopta uma ampla definição de Soluções de Cozinha Melhorada (ICS), incluindo fogões de biomassa (que oferecem pelo menos 40% de redução no uso de combustíveis comparando com as tecnologias usadas actualmente) e fogões que não sejam de biomassa, permitindo apoiar o uso de combustíveis alternativos: madeira, carvão, pelletes, briquettes, biogás, LPG, etanol, etc. O acesso universal requer que as famílias tenham pelo menos o Nível 1 de electricidade da SEforALL, incluindo o acesso melhorado à iluminação e comunicação. Particularmente, quando vinculadas à tecnologia de dinheiro móvel Pay-as-you-go (PAYG), os Sistemas Solares Domésticos (SHS) são reconhecidos como uma solução acessível e de qualidade para famílias fora da rede, bem como para alimentar as micro, pequenas e médias empresas (MPME) com uma variedade de opções de uso produtivo. Por outro lado, o crescimento económico rural não pode acontecer sem energia. Assim sendo, as mini-redes verdes (GMG) de corrente contínua pequena (DC) e corrente alternada equivalente à rede maior (AC) apresentam a oportunidade de oferecer níveis mais altos de serviço de energia para famílias e MPME. Acesso à energia no País A composição da matriz energética de Moçambique desmultiplica-se actualmente entre hídrica, gás natural, solar e eólica, e tem permitido satisfazer a procura interna e espera-se que venha a contribuir, nas próximas décadas, para impulsionar o consumo e catalisar a transição energética na Africa Subsaariana e a nível global. Para o desenvolvimento destas fontes de energia, o Governo conta com fundos próprios e sobretudo com o apoio de parceiros de cooperação como é o caso do Reino Unido, que têm apoiado diversos projectos, dentre eles a central eléctrica a gás natural de Temane de 450 MW; a central termoelétrica a gás natural de Ressano Garcia de 175 MW; a central solar de Cuamba de 20 MW e a central de energia solar de Mocuba 40 MW, que já está operacional, entre outras. O Programa ‘Energia para Todos’, de âmbito nacional, permite o acesso à energia eléctrica a todas as famílias moçambicanas ainda sem acesso à electricidade. Este programa está alinhado com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos pelas Nações Unidas, que preconizam o acesso universal à energia em 2030. Através do Programa ‘Energia para Todos’, todos os postos administrativos terão energia ate 2024, permitindo o incremento do acesso à energia de 35% para 64% e que 10 milhões de moçambicanos tenham acesso à energia eléctrica pela primeira vez. De cordo com o Plano Director do Sistema Eléctrico de Moçambique, 2018-2043, o país irá exportar 2,7 GW de energia renovável para a região, devendo o Projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa, com capacidade para gerar 1500MW, com o comissionamento previsto para 2030, contribuir sobremaneira para o potencial acima referido. Moçambique está e irá continuar a actualizar os seus instrumentos internos de política, estratégia e planeamento energético que asseguram a transição energética, justa e inclusiva com impacto na redução carbónica da região.    

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O preço por tonelada de carbono pode chegar aos 150 dólares

Gary Clyne é CEO da Carbon Asset Developer Associates LLC (CADA), com sede no sul do Texas (EUA) e com representações em várias geografias do mundo, como Trinidade e Tobago, Grenada, Singapura, e, brevemente, em Moçambique. A CADA foi convidada pela CCMUSA a colaborar na organização da conferência ‘Como lucrar com os créditos de carbono?’, em Julho, e a revista Mozbusiness aproveitou a oportunidade para entender melhor como funciona a arquitectura do negócio dos créditos de carbono e dar um ‘overview’ mais profundo sobre um tema que gera tantas dúvidas. Helga Nunes (texto) . Dino Valeta (fotos)   Como são gerados os créditos de carbono? Os créditos de carbono são gerados de duas formas simples: pela prevenção de emissão de gases de efeito de estufa e pela redução de gases de efeito de estufa, conjuntamente designados no círculo da acção climática como mitigação. Um exemplo de projectos de prevenção seriam os projectos eólicos e solares que geram electricidade sem emissão de gases de efeito de estufa como o carbono, contrariamente à electricidade gerada pela queima de combustível fósseis como o carvão, o diesel, ou mesmo o gás natural, que no processo de queima emitem elevadas quantidades de gases de efeito de estufa como o carbono. Por outro lado, projectos de redução de emissões de gases de efeito de estufa constituem acções que visam reforçar sistemas que, natural ou artificialmente, sequestram e utilizam o carbono. Um exemplo prático seria o reflorestamento, a preservação de ecossistemas marinhos como mangais, ou mesmo a captura e o armazenamento de carbono através de meios tecnológicos, conhecidos na sigla inglesa como CCS (Carbon Capture and Storage). Como é que o comércio de créditos de carbono pode beneficiar as empresas? No geral, o projecto de redução de gases de efeitos estufa são de capital intensivo e requerem investimentos elevados. Um exemplo seria a massificação de veículos eléctricos, ou projectos de geração de energia limpa, que requerem elevadas somas para upfront invesment. Os créditos de carbono podem fornecer o financiamento necessário para preencher quaisquer lacunas de financiamento,  e vêm na forma de património que torna os projectos de prevenção e mitigação mais viáveis para mobilizar investimentos. Por falar em finanças, qual é o preço do crédito de carbono actualmente no mercado? Depende do mercado. Não existe um único mercado de carbono, da mesma forma como existem vários mercados de acções ou Bolsas de valores. Nos mercados oficiais e nos mercados mais fortes, onde essas unidades são líquidas e têm maior rentabilidade, variam entre 8 e 20 euros uma tonelada métrica. Mas, no mercado da Califórnia o preço por tonelada de carbono pode ir até aos 150 dólares norte-americanos. No mercado voluntário, os preços são muito mais baixos porque nesses mercados eles não dependem basicamente do melhor conhecimento. Como funciona o comércio dos créditos de carbono? Ele opera onde existe um vendedor, geralmente do lado do developer, e, depois, tem um comprador que compra esses créditos para atender a certas metas internas, comprá-los em virtude das metas de governança social ou pode comprá-los para alcançar as metas de redução de gases de efeito de estufa de um país. Em suma, a demanda por créditos de carbono advém dos compromissos de redução [pegadas de carbono] de países, empresas e até indivíduos. No caso de países, principalmente os países desenvolvidos, estes compram créditos de carbono para honrarem os seus compromissos no quadro de Acordo de Paris. A demanda também pode ser a nível nacional para a compensação do imposto, pois há países que têm imposto de carbono. Que empresas ou entidades podem gerar e vender créditos de carbono? As empresas emissoras podem gerar créditos de carbono empregando programas de capital que reduzem as emissões de CO2. Entidades com altas emissões, como cimenteiras, centrais térmicas, grandes supermercados, e outras entidades públicas e privadas podem reduzir a sua pegada de carbono [carbon footprint] através de parceiros como a empresa CADA e podem desenvolver esses projectos e gerir os aspectos de redução de emissões, para garantir que os projectos sejam de alta qualidade e possam ser adquiridos aos melhores preços possíveis.   Como funcionam os mercados de carbono a nível internacional funcionam também em África? De acordo com o Artigo 6.2 do Acordo de Paris (Acordo Climático), os países africanos podem beneficiar de esforços cooperativos entre dois países, através da troca de créditos de carbono. Os países desenvolvidos providenciam o capital, e, em contrapartida, adquirem os créditos de carbono para honrarem os seus compromissos de redução de emissões de gases de efeitos de estufa. O espírito do Acordo Climático de Paris está em aumentar os níveis de ambição climática entre os seus membros. De forma simples, os países desenvolvidos financiam projectos que reduzem emissões de gases de efeito de estufa, e como contrapartida adquirem créditos de carbono. Adicionalmente, existe uma provisão dentro do Artigo 6 do Acordo Climático de Paris que cria um mercado internacional de carbono, nomeadamente o Artigo 6.4. O Artigo 6.4 cria um mercado internacional que substitui o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, que funcionou dentro do Protocolo de Kyoto. O Artigo 6.4 vai, também, abrir oportunidades para o sector privado, assim como outros actores no continente africano. Existem actualmente iniciativas, na sua fase incipiente, de criar um mercado de carbono a nível africano. Os potenciais de créditos de carbono do continente africano são imensos. Como exemplo, estima-se que a capacidade de absorção de carbono das florestas africanas possam gerar 10 biliões de dólares americanos por ano. E esta cifra exclui os potenciais de redução de emissões de gases de efeitos de estufa em sectores como a indústria, o transporte e a energia.   Existem opções de tecnologia pronta para o Processo de Captura e Armazenamento de Carbono (CAC) ou CCS em inglês? Há várias opções comercialmente viáveis. Depende do escopo do sector. A Convenção das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, na sigla inglesa UNFCCC, prevê pelo menos 14 escopos de diversos sectores. A tecnologia de captura de carbono existe e é utilizada há mais de três décadas. No entanto,

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Como lucrar com os créditos de carbono?

A Câmara de Comércio Moçambique-EUA (CCMUSA) e a empresa norte-americana CADA organizaram uma conferência sobre “Como lucrar com os créditos de carbono”, a 6 de Julho, em Maputo. A iniciativa contou com o apoio do Nedbank e da XMU – Consultoria em Comunicação e Design, e reuniu vários especialistas do mercado dos créditos de carbono que abordaram o drama global das alterações climáticas e as oportunidades que existem para as empresas gerarem dinheiro com os créditos de carbono. Helga Nunes e Mafiqueni Júnior (texto)  Os países e as empresas podem compensar as suas emissões de dióxido de carbono por meio de um sistema de compra de créditos criado no Protocolo de Kyoto, de 1997, e actualizado pelo Acordo de Paris de 2015. Com as questões ambientais cada vez mais no centro das preocupações mundiais e com os governos e as empresas a assumir o compromisso de preservar as florestas e diminuir as emissões na atmosfera, investir em créditos de carbono tornou-se um negócio lucrativo. Os futuros contratos das unidades equivalentes de carbono negociados no Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia (EU ETS) já valorizaram 187% em euros, desde 2018. No âmbito dessa alta, surgem novas ferramentas para gerar e comercializar os créditos de carbono. E essas alternativas permitem que tanto os pequenos como os grandes investidores exponham o seu portefólio nesse mercado. No sentido de propiciar ganhos ambientais e financeiros às organizações, a Câmara de Comércio Moçambique-EUA (CCMUSA), com a colaboração da empresa norte-americana CADA, organizou uma Conferência dedicada ao tema “Como lucrar com os créditos de carbono”, no dia 6 de Julho, em Maputo. A iniciativa contou com o apoio do Nedbank e da XMU – Consultoria em Comunicação e Design, e teve a revista Mozbusiness como media partner. Tratou-se de um evento que teve o condão de contar com quatro oradores especializados no tema e de juntar mais de 160 pessoas expectadores no Business Lounge by Nedbank.   Os especialistas  A Conferência “Como lucrar com os créditos de carbono” contou com um elenco de expertises único. Além da presença do PCA do Nedbank Moçambique, Manuel Gameiro e do Presidente da Câmara do Comércio Moçambique-Estados Unidos da América, Evaristo Madine, o evento teve no painel de oradores Allan Schwarz, Eduardo Piquero, Gary Cline, e Patrick Munyaneza. Eduardo Piquero é CEO da MEXICO2, a Plataforma Mexicana de Carbono. Com mais de 15 anos de experiência em mercados de carbono, também é membro do Conselho da Climate Action Reserve e foi seleccionado como uma das 20 mentes mais sustentáveis ​​do México em 2022. Gary Cline é director executivo da Carbon Asset Developer Associates LLC e um premiado implementador sénior internacional de projectos de baixo carbono. Como especialista registado no mercado de carbono do Grupo Banco Mundial e profissional certificado em regulamentação e estratégia de serviços públicos, Clyne tem uma ampla competência nos mercados de petróleo e gás/petroquímica, compensação de carbono, utilização e armazenamento de captura de carbono, reduções certificadas de emissões e comércio internacional de emissões. Patrick Munyaneza é líder da Gestão do Programa Internacional Carbon Asset Developer Associates Granada Limited e é especialista no Artigo 6 do Acordo de Paris, trabalha com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Tem uma experiência profissional considerável em Gestão de Finanças Públicas e Mudanças Climáticas (Instrumentos de Precificação de Carbono), e presta serviços de consultoria a intervenientes estatais e não estatais na África e no Caribe. Allan Schwartz é fundador do Mezimbite Forest Centre. Foi formado pela Wits University e MIT, onde leccionou o curso “Design with Nature”. Allan persegue os ideais de Design Sustentável em Moçambique e fundou o Mezimbite Forest Centre, há quase 30 anos, treinando os produtores de móveis, utensílios domésticos e acessórios de qualidade. Schwartz implementou técnicas de reflorestamento específicas para o nosso meio ambiente com sucesso. Regularmente, é citado como um líder em mudanças climáticas e, mais recentemente, listado na COP 26 entre os 25 mais importantes Guerreiros de Mudanças Climáticas do mundo. E estes foram os especialistas escolhidos pela Câmara de Comércio Moçambique-EUA (CCMUSA) para dar um amplo overview sobre como funciona o negócio dos créditos de carbono no mundo.   Aliar o retorno financeiro com o impacto ambiental positivo  Os créditos de carbono desempenham um papel fundamental na luta contra as mudanças climáticas e na promoção de um mundo mais sustentável. Eles representam um instrumento financeiro que incentiva a redução das emissões de gases de efeito estufa, impulsionando a transição para uma economia de baixo carbono. Moçambique está no topo do ranking dos países mais afectados pelas alterações climáticas. De acordo com o Relatório de Avaliação Global das Nações Unidas, de 2019, sobre a Redução do Risco de Catástrofes, Moçambique é o terceiro país mais vulnerável às catástrofes naturais. Eventos climáticos severos e frequentes são comuns no nosso país. Manuel Gameiro, PCA do Nedbank Moçambique, reforçou que “os bancos são actores incontornáveis neste processo, funcionam como uma espécie de espinha dorsal na economia, alocando recursos por via do financiamento, das políticas de investimento, entre outros. O Grupo Nedbank, em particular, tem um compromisso muito grande com as questões ambientais. A título de exemplo, em 2005 tornou-se o primeiro banco africano a subscrever os princípios do Equador e determinou para 2050 o ano limite de emissões net zero”. Esta abordagem tem atraído investidores interessados em aliar o retorno financeiro com o impacto ambiental positivo, impulsionando uma mudança global na forma como os investimentos são realizados. O Nedbank Moçambique destaca-se na abordagem e promoção dos Créditos de Carbono, tornando-se um catalisador de acções para a protecção do ambiente, segundo Gameiro. A sua visão e compromisso com a sustentabilidade está alinhada com a construção de uma economia de baixo carbono, que traga benefícios para o meio ambiente e a sociedade em geral. O PCA do Nedbank Moçambique, Manuel Gameiro, afirmou com a convicção de que o país tem amplas condições para tirar proveito do mercado de carbono. “As empresas podem ter os planos estratégicos mais bonitos, mas perante eventos climáticos adversos e severos, não cumpriremos nenhum

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Ajay Banga

Quem é Ajay Banga?

Conheça o veterano de Wall Street “made in India” que vai liderar o Banco Mundial. O presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, nomeou o indiano Ajay Banga como presidente do Banco Mundial, uma personalidade veterana e bem conhecida nos meandros de Wall Street. A notícia foi avançada pelo jornal ‘Financial Times’ que adianta que o executivo tem 63 anos e que se descreve como “totalmente made in India”, podendo esta nomeação ser uma forma de ajudar a ganhar o apoio de nações em desenvolvimento, algumas das quais estão preocupadas com uma mudança no foco da instituição da pobreza para a mudança climática. Sabe-se ainda que Ajay Banga é actualmente vice-presidente da General Atlantic, um grupo de private equity dos EUA, e que foi o CEO da empresa de pagamentos Mastercard até ao final de 2020. O business leader actua ainda como presidente da holding de investimentos Exor, que detém o controlo accionista do clube de futebol italiano Juventus, sendo também o director independente no Temasek — o fundo de investimento estatal de Singapura. Sobre esta nomeação em particular, o jornal internacional cita um alto funcionário dos EUA que sublinha que Washington está “orgulhoso” de apresentar um candidato que nasceu, cresceu e “passou uma parte inicial da sua carreira no mercado emergente da Índia”. Além disso, “isso também faz parte de quem ele é como profissional e o que ele fará no Banco Mundial”, disse o funcionário.   Alterações climáticas como ‘ponto de honra’ da agenda Destaca-se que, neste momento, Banga é um cidadão americano naturalizado que esteve quase uma década em frente da Mastercard, numa altura de pleno crescimento da empresa. É ainda visto como um defensor da inclusão financeira global e esteve também entre dezenas de grandes empresários que pediram aos governos numa carta aberta para que façam mais para reduzir as emissões antes da cimeira do clima COP26, em 2021. Recorde-se que esta nomeação surge cerca de uma semana depois da saída inesperada de David Malpass, cujo mandato só terminava em 2024 e sucede numa altura em que os Estados Unidos da América e outros accionistas procuram expandir a missão da instituição no combate às alterações climáticas. Sublinha-se que os Estados Unidos são o maior accionista do Banco Mundial, cabendo-lhes tradicionalmente a escolha do CEO, como foi o caso, porém necessitam do apoio de outros países-membros nomeadamente da China, Japão, Alemanha, França ou do Reino Unido. Segundo o ‘Financial Times’, os ministros das Finanças do G20 discutiram o futuro do banco numa reunião em Bangalore (Índia) e as nomeações devem ficar fechadas no dia 29 de março. Prevê-se que o novo presidente do Banco Mundial inicie o seu cargo em Maio deste ano.

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Locard

Locard apresenta estratégias de segurança cibernética

A Locard Corporate Protection realizou a 14 de Março, no Hotel Montebelo Indy, um evento com o objectivo de consciencializar as organizações – principalmente as do sector público – sobre as estratégias de segurança cibernética como forma de combater a sua vulnerabilidade face ao crime digital, sendo que também lançou a sua Central de Cibersegurança.   Um estudo feito pela empresa Locard mostra que apenas 50% das instituições contavam com o suporte de uma empresa especializada. Ou seja, grande parte dos empreendimentos moçambicanos ainda estão muito vulneráveis a Malwares e Ataques Hackers, o que pode comprometer dados sigilosos, informações de clientes, parceiros e funcionários, além de comprometer o funcionamento de programas essenciais para a empresa. “A segurança corporativa é composta por um conjunto de medidas que têm como objectivo proteger os activos tangíveis e intangíveis de uma companhia contra ameaças acidentais ou intencionais. Assim, ela é um passo fundamental para que a sua empresa continue operando plenamente”, refere Júlio Mabota, director de Segurança e Controlo de Risco da Locard. Eugénio Jeremias, da divisão de Cibersegurança e Protecção de Dados do Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação (INTIC) afirma que “a cibercriminalidade é exponencialmente maior do que os danos causados por catástrofes naturais num ano”. Prevê-se que o custo anual global de cibercriminalidade atinja os 8 triliões de dólares anuais, em 2023. Para a INTIC, “as organizações devem considerar 3 pilares na elaboração das suas estratégias de segurança cibernética a saber: prevenção de riscos, o que inclui a utilização de ferramentas como o software antivírus, firewall e gerenciador de senhas; a gestão de dados; e consciencialização sobre a segurança cibernética”.   CAIXA Política de Segurança Cibernética   A Política Nacional de Segurança Cibernética e sua Estratégia de Implementação aprovada pelo Conselho de Ministros no dia 30 de Agosto de 2021: Visão — Moçambique como uma nação com espaço cibernético seguro, resiliente e uma sociedade consciencializada; Missão — Criar e desenvolver uma capacidade nacional que garanta um ambiente seguro no espaço cibernético; Objectivo Geral — Assegurar a protecção do cidadão, dos activos de informação e das infraestruturas críticas no espaço cibernético.  

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Guerra na Ucrânia aperta cintos na África Subsaariana

Guerra na Ucrânia aperta cintos na África Subsaariana

A subida dos preços dos alimentos e da energia, decorrente em parte da guerra na Ucrânia, provocou aumentos acentuados do custo de vida em toda a região da África Subsaariana, levando milhões de pessoas a cair na insegurança alimentar e na pobreza, segundo indica o relatório “Perspectivas Económicas Globais” do Banco Mundial.   CELITA MATSENA (TEXTO) O relatório “Perspectivas Económicas Globais” do Banco Mundial refere que “a demanda global por muitas commodities não energéticas diminuiu, afectando negativamente os exportadores de metais industriais da região”. O espaço fiscal necessário para proteger os pobres foi esgotado em muitos países, ao mesmo tempo que o aumento dos custos dos empréstimos e as fracas perspectivas de crescimento pioraram drasticamente a dinâmica da dívida. A perspectiva regional para 2023-24, de acordo com o documento, é de apenas uma modesta recuperação do crescimento e um lento aumento da renda per capita, diminuindo as perspectivas de uma rápida reversão dos recentes aumentos da pobreza. Os riscos são inclinados para o lado negativo. Uma fraqueza mais pronunciada nas principais economias, novos aumentos nas taxas de juros globais, inflação mais alta e persistente, fragilidade e maior frequência e intensidade de eventos climáticos adversos podem desacelerar ainda mais o crescimento.   Aumentos do custo de vida reduziram a acessibilidade dos alimentos Ainda de acordo com o documento, o crescimento na África Subsaariana (SSA) desacelerou cerca de 3,4% no ano de 2022 – 0,3 pontos percentuais abaixo das previsões anteriores.   Os aumentos do custo de vida, intensificados pelos efeitos da guerra na Ucrânia, reduziram a acessibilidade dos alimentos e a demanda doméstica em toda a região, especialmente em países sem espaço político para proteger os pobres, refere o documento. Quase 60% dos extremamente pobres do mundo, que gastam uma parcela substancial de sua renda em alimentos, vivem na Africa Subsaariana segundo indica o Banco Mundial (2022). No ano passado, o número estimado de pessoas com insegurança alimentar aguda ou pior na ASS ultrapassou 140 milhões, quase 24 milhões a mais desde 2021 (FSIN e GNAFC 2022). Ainda de acordo com o relatório, o aumento dos preços dos alimentos está, portanto, a ter graves repercussões na segurança alimentar, na redução da pobreza, na coesão social e no crescimento em muitos países. Os aumentos dos preços dos alimentos, que representaram mais da metade da inflação global, empurraram a inflação média na Africa Subsaariana para 13 por cento – quase três vezes acima da sua taxa pré-pandémica.     Possíveis cenários caso as pressões inflacionárias globais se intensifiquem ou persistam Em outras partes da região, prevê-se que o crescimento se fortaleça para 5% em média de 2023 a 2224, ligeiramente abaixo da previsão de Junho. Espera-se que uma recuperação atrasada da pandemia da COVID-19 ganhe força em muitos países, à medida que o alívio das pressões do custo de vida aumenta a demanda doméstica. Apesar da situação, o relatório indica que alguns países produtores de energia da região da África Subsaariana beneficiem do aumento das exportações de petróleo e gás natural, como é o caso de Moçambique, Níger e Senegal. Prevê-se, no entanto, que “o ambiente externo permaneça desafiador para alguns países, com novas quedas nos preços globais de várias commodities, prejudicando as receitas de exportação e o crescimento. Espera-se também que a maioria dos países continue a enfrentar preços elevados nos fertilizantes e combustíveis importados, embora um pouco abaixo dos máximos alcançados no ano passado. É provável que grandes ‘deficits’ em conta corrente mantenham as moedas sob pressão em vários países, aumentando a inflação e as vulnerabilidades externas (na Gâmbia e no Gana)” refere o relatório. Se as pressões inflacionárias globais se intensificarem ou persistirem por mais tempo do que o esperado, as taxas de juros globais podem subir mais do que o esperado, levando a uma deterioração ainda maior das condições financeiras na África Subsaariana e a uma maior dificuldade em recuperar o acesso aos mercados dos empréstimos internacionais. Desta forma, o documento salienta que “isso pode desencadear dificuldades financeiras e inadimplência da dívida do governo. O sobreendividamento do governo teria grandes repercussões negativas sobre o crescimento e a estabilidade financeira em muitos países, especialmente onde os bancos estão fortemente expostos à dívida soberana (Gana, Quénia, Serra Leoa). O aumento da dependência de empréstimos não concessionais na África Subsaariana pode causar um aumento acentuado nos custos do serviço da dívida se as taxas de juro globais continuarem a subir”, salienta o documento. Apesar da esperada moderação da inflação global dos preços dos alimentos, o Banco Mundial alerta no seu relatório que “uma interrupção repentina no fornecimento global ou local de alimentos básicos pode desencadear surtos de aumentos substanciais dos preços em toda a região da Africa Subsaariana”.   DESTAQUE Dados do Banco Mundial indicam que a inflação atingiu o seu máximo em Moçambique nos últimos cinco anos, ascendendo à média global de 10,3%, influenciada pelo aumento dos preços dos combustíveis e alimentos no mercado internacional.   CAIXA Crescimento não inclusivo O forte desempenho de crescimento de Moçambique nas últimas décadas ajudou a reduzir a pobreza no País. Contudo, o crescimento não foi suficientemente inclusivo. Isto deve-se, em parte, à forte dependência da indústria extractiva, que tem vínculos limitados com a economia em geral, e à baixa produtividade do sector agrícola – a principal fonte de subsistência para os mais pobres.      

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